segunda-feira, 26 de julho de 2010

Uma Profissão de Sonho... Para alguns homens!

Nos últimos dias, várias situações têm-me deixado a pensar no que me parece a profissão de sonho para grande parte dos homens...

Situação nº1
Na sexta-feira, depois da noitada, fui com a I. aos bolos. Ou seja, a uma padaria que vende para fora durante a madrugada, excelente para repor as calorias perdidas na pista de dança. Quando estávamos a sair, vinham dois sujeitos numa carrinha e chamam-nos da seguinte forma: "Oh Xuxu... Xuxuuu!...". Eu comentei: "Será que eles acham mesmo que nós vamos olhar para dois gajos que nos chamam xuxu?!". Ao que a I. respondeu: "Eu acho que é algo que lhes está no sangue, eles sabem que não vamos olhar, mas têm de o fazer na mesma, é quase uma questão de afirmação!"

Situação nº2
No dia seguinte, estou eu a ver o Sexo e a Cidade, naquele episódio em que a Miranda já não tem sexo há três meses, e há um trolha, à porta do clube de vídeo constantemente a meter-se com ela, com aqueles piropos bem parvos, do tipo: "I know what you want... I have what you want...". Ao fim de meia dúzia de dias a levar com aquela conversa, ela não é de modas, vai direito a ele diz-lhe "What I want is to get laid, what I need is to get laid...", ao que ele responde, "Calm down lady, I have wife and kids!"... Simplesmente delicioso, e mais um indício de que este tipo de parvoíces sai da boca dos homens de forma automática.

Situação nº3
Hoje de man
hã, enquanto esperava pelo comboio numa estação da linha de Sintra que está a ser totalmente remodelada e onde há obras por todo o lado, discorri então aquilo que todos os homens portugueses gostariam de ser (ou pelo menos assim suspeito)...

E a profissão de sonho para uma boa parte do homens é... TROLHA!
Os homens, em geral, ficam fascinados a olhar para umas quaisquer obras, e quanto maiores estas forem, mais maravilhados eles ficam! É vê-los, de mãos atrás das costas e barriga empinada para a frente a observar ao detalhe todos os movimentos de gruas, camiões, retro-escavadoras, e até mesmo cada passo dado pelos operários da construção civil.
Na estação onde habitualmente apanho o comboio, enquanto as mulheres lêem o Destak (porque é o único jornal gratuito ali distribuído), o sexo oposto olha maravilhado para o enorme buraco (será que é porque se trata de um buraco?...) que ali está a ser feito, a par de um parque de estacionamento de cinco mil andares, e com um rampa mais angulosa do que a do parque subterrâneo do El Corte Inglés...
Além disso, trabalhar nas obras tem outras benesses que mais nenhum trabalho oferece condições como:
- poder mandar piropos, desde os mais engraçados aos mais bregas e ordinários;
- trabalhar de tronco nu em pleno centro da cidade em dias de calor tórrido, como hoje;
- emborcar cervejas ao almoço como se não houvesse amanhã (e poderá não haver mesmo, já que há fortes possibilidades de caírem dos andaimes devido ao estado de embriaguez);
- "comerem" com os olhos qualquer mulher que passe na rua (não é que os outros homens não o façam, sobretudo, e mais uma vez, em dias de calor como o de hoje em que vale tudo menos usar calças ou qualquer coisa que se situe abaixo dos joelhos, mas cai mal... Nos trolhas também, mas é tão banal que já quase nem ligamos);
- passar o dia inteiro a fazer demonstrações de força, levantando pesos,
- e finalmente, "brincar" o dia inteiro aos legos e construir algo que é realmente visível aos olhos de todos.

Conclusão
Claro que nem todos os operários das obras correspondem a esta descrição, e a verdade é que têm um trabalho fundamental na nossa sociedade de betão armado.
Como dizia uma música da Rua Sésamo, sobre um trabalhador da construção civil, que podia ter sido tudo o que quisesse, inclusivamente Presidente da República: "Podia. Podia. Mas não ia dar... Quem é que martelava? Quem é que martelava? Alguém de martelar!".
Ora aí está uma verdade de La Palisse! Alguém tem de martelar!

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