terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Pensem... É Grátis!

Cheguei agora do cinema.

Adivinhem o que fui ver: Nas Nuvens... Nem de propósito!
Agora que tenho pela frente um mês e meio de trabalho desmotivador, o masoquismo atinge o seu auge, quando me vejo a pagar um bilhete de cinema para ser mais uma vez confrontada com a realidade.

Enfim... Eu gosto muito de dramas, sobretudo se forem realistas, e este é...
Vemos uma jovem recém-licenciada ansiosa por brilhar no mundo do trabalho, mas sem qualquer noção do que isso é. Vai daí, inventa uma forma de minimizar os custos da sua empresa, especializada em despedimentos: fazê-los por vídeo-chamada!

O mais irónico é que a empresa implementa esta estratégia na sua fase mais lucrativa de sempre! Ou não estivessemos nós em plena crise económica, a mais utilizada desculpa dos tempos recentes para despedir pessoas (eu que o diga!).
Assim, não só têm um aumento de receitas devido à maior quantidade de trabalho, como poupam nas viagens dos seus colaboradores, mensageiros de infortúnio.

O mais interessante, na minha opinião, é ver como a realidade influencia a arte, neste caso, a sétima arte. Falei-vos há dias d'A Estrada, um filme bizarro sobre o preço que podemos pagar pelo nosso actual estilo de vida consumista. Nas Nuvens revela uma situação económica assustadora, que já atirou para o desemprego milhares de pessoas em todo o mundo. O Sítio das Coisas Selvagens é todo ele simbolismo à volta da solidão em que vivem as crianças e a forma como isso as afecta.

E deve haver por aí muitos outros filmes que reflectem implícita ou explicitamente o que é a actualidade, mesmo aqueles que não a abordam, como é o caso de Ágora. Muitos acusaram-no de atacar a religião Católica, mas a verdade é que a sociedade está cada vez mais distante da Igreja e próxima da Ciência. Provavelmente, nunca houve tantas questões por responder como hoje em dia, uma era em que, supostamente, já tanto se sabe.

E até Avatar, com tantos efeitos especiais mas com tão fraca essência, não revela mais do que aquilo em que nos estamos a tornar: muita parra e pouca uva!

Ir ao cinema pode ser uma experiência muito mais rica do que simples entretenimento, basta pensar!

Por isso pensem! É grátis! Ao contrário do cinema...

1 comentário:

  1. Olá Raparigas de Saltos Altos a Sorrir :)

    Fui ver este filme também e, mais uma vez,sempre com uma expectiva mais elevada, fiquei muito desapontada. Com o objectivo de nos pôr ainda mais a pensar sobre esta crise que além de ser financeira, e na minha opinião é uma crise de valores, acima de tudo; o filme não me cativou.

    Achei o desenvolvimento do filme muito fraco, devido ao enredo só nos demonstrar esta nova técnica de despedimentos em massa, sem as consequencias que daí advêm. Lidar com este problema social, é muito complicado e além de não gostar de estar na pele de quem tem esta função, iria-me preocupar com o seguimento das vidas de cada um.
    Poupar custos financeiros e sobreelevar os custos de cariz psicológica e social, foi a lição que retirei!

    Continuem a escrever.

    De quem não usa saltos altos,

    Valéria Vale

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