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segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Salt, ou a super-mulher do século XXI

Quem me conhece, sabe que os meus gostos cinematográficos fogem um pouco à regra... Também por isso, há amigos que gostam de me desafiar a ver filmes que, regra geral, não estão na minha lista de preferências.
Foi assim que na semana passada lá fui ver o Salt... 
Mas se eu não gosto do James Bond, dificilmente iria apreciar esta versão feminina de agente secreto. 
Desde as perseguições de carros, uma das sequências obrigatórias no cinema de acção, às cenas de pancadaria, tudo é extremamente exagerado, como é a norma neste tipo de filmes. Mas confesso que me ri bastante na cena em que Salt está a dar choques eléctricos numa polícia enquanto esta está a "conduzir" um carro, isto explicado de uma forma muito simplista... De facto, é impressionante a criatividade de certos argumentistas! 
São cerca de duas horas de tiros, chapadas, pontapés, russos, americanos, e uma mulher a dar cabo do canastro de quem lhe aparece pela frente... O que é que eu posso dizer mais?... Vê-se bem, e pelo menos não adormeci! A verdade é que é sempre engraçado ver uma mulher a malhar em homens com o dobro da sua largura, e aos três e quatro de cada vez! 
Que venham então as sequelas, porque ficou bem claro que vai ser um filão a explorar! Já estou a imaginar daqui a uns anos a teenager do Twilight, Kristen Stewart, como a sucessora de Angelina Jolie no papel de Salt... Querem apostar? 

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

American Pie em versão Cenouras Baby...

Ontem foi um domingo daqueles... Passei o dia em arrumações e limpezas! Logo eu, que gosto tanto das lides domésticas... Lavar roupa, secar roupa, passar roupa, fazer a cama de lavado, limpar a cozinha, limpar a casa-de-banho, aspirar... Enfim, um dia de labuta e sei que ainda ficaram coisas por fazer, como a simples tarefa de limpar o pó! Mas como tempo é implacável, e ainda queria aproveitar um bocadinho do meu domingo, deixei isso para outro dia.
Lá tive então o meu merecido descanso (e aviso que daqui para a frente este texto tem bolinha vermelha no canto superior direito): um jantarinho entre amigos com muita risota, motivada por esse tema fascinante que é o sexo!
Uma das babes que estava no jantar tem sempre histórias hilariantes para contar, mas a melhor parte é quando começa a contar as suas desastrosas experiências com o sexo oposto...
A pobre coitada tem tido "um azar do caraças" e já começa a ficar traumatizada com o facto de só lhe aparecerem gajos muito pouco abonados... 
Enquanto ela contava o último episódio pelo qual passou, só me vinha à memória aquela fase do Sexo e a Cidade em que a Samantha anda com o mesmo problema. 
À semelhança das melhores comédias do género, a história desta babe azarada, que já dava para passar ao cinema numa espécie de American Pie (mas adaptado à versão de cenouras baby), tem o seu clímax no momento em que, depois de uns fortes amassos ela lhe diz que "sim senhor, pode avançar"... 
Até aqui tudo bem, não fosse o facto de ele já ter avançado há algum tempo e ela nem ser ter apercebido... Posto isto, a moral do rapaz caiu (literalmente) por terra!
E ainda dizem que o tamanho não importa...  

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Toy Story 3 - "No Toy Gets Left Behind!"

No domingo fui ver o Toy Story 3. Estava à espera de um bom filme e não saí minimamente decepcionada. Apesar de não ter tido outra opção a não ser a versão em 3D e de ficar com o nariz dorido devido ao peso dos óculos, valeu a pena.
Lembro-me que quando o primeiro filme da saga foi lançado, há 15 anos (como é que é possível?!), foram muitas as vozes que se insurgiram contra o uso daquele tipo de tecnologia nos filmes de animação. Porque não era a mesma coisa, porque os bonecos não eram tão bonitos e perfeitinhos, porque isto e porque aquilo... Confesso que, para mim, nada bate a Bela e o Monstro, a Pequena Sereia ou o Aladin, mas passados 15 anos, este tipo de animação já não me causa qualquer estranheza e a consagração, na minha opinião, deu-se com Nemo, um dos filmes mais amados por miúdos e graúdos.
Neste terceiro e último filme da saga Toy Story, encontramos os mesmos valores da velhinha Disney: a amizade, a lealdade, o perdão, o respeito pelo próximo, o amor verdadeiro. É bom ver que, apesar de toda a tecnologia desenvolvida, a essência das histórias se mantém, deixando às crianças de hoje as mensagens que eu encontrei nos meus filmes de animação favoritos.
Assim como o Andy, também nós, que acompanhámos a trilogia, hoje adultos, nos revemos naquela personagem, que tem de abrir mão dos seus maiores tesouros.
Sim, não tenho qualquer problema em assumir que adorei e estimei todos os meus brinquedos e que ainda se me parte o coração de cada vez que os vejo "assassinados" pelos meus sobrinhos.
A minha casa dos Pinipons, por exemplo, já sem tecto, sem flores, sem baloiço, é hoje um mero esqueleto do que foi nos seus tempos áureos, em que eu brincava com ela de manhã à noite... Mas pelo menos continua a ter uso. Talvez para os meus sobrinhos não seja a casa velha que eu vejo, talvez continue, aos seus olhos, a ser a casa de sonho dos Pinipons.
É por isso que acredito que, tal como no Toy Story 3, os brinquedos têm a vida que lhes damos, e nenhum fica para trás!

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Inception: a arte de manipular as massas

"What is the most resilient parasite? An Idea!"

Sim, ontem fui ver o Inception, esse filme endeusado de que toda a gente parece gostar mas sem me conseguir explicar porquê...

Eu sei o porquê! É porque a única coisa coerente no meio de 143 minutos de filme é o conceito de que “uma ideia é o parasita mais resistente que existe!”. Aí reside a ironia deste filme: é que de facto, a máquina cinematográfica americana, aquela que produz blockbusters como o Titanic e o Avatar, conseguiu manipular o público, incutindo-lhe a ideia de que este é um bom filme... Uns hão-de defender que tem uns excelentes efeitos especiais, não deixa de ser verdade, mas não é isso que faz um bom filme... Outros irão salientar a qualidade do elenco, que, a meu ver, apesar dos nomes sonantes, a qualidade deixa um pouco a desejar... Há ainda quem considere a história genial e muito original, o que é totalmente questionável...

Confesso que, para mim, Inception não passou de um grande flop! Muita parra e pouca uva! Muitos efeitos para uma história tão pobre e mal contada... Pareceu-me uma reinvenção de Matrix, em que até arranjaram um actor que dá uns ares ao Keanu Reeves, falo do Joseph Gordon-Levitt (Arthur), de quem me lembro, ainda miúdo, na sitcom O 3º Calhau a contar do Sol.

Saí de lá a pensar nesse grande filme que é o Heat – Cidade sob Pressão, com o Al Pacino na pele de polícia e o Robert De Niro na de bandido. Um bandido a sério, daqueles que faz do crime o seu full-time job. Isso sim, é uma personagem forte e marcante. Teria sido mais enriquecedor ter um protagonista assim: frio, calculista, ambicioso, que se esforça por ser o melhor e mais profissional naquilo que faz, mesmo que isso seja um crime.

Mas em vez disso, vemos o Leonardo DiCaprio (Cobb) como um pobre coitado, que teve o azar de arranjar uma mulher maluca, que lhe deu cabo da vida e da sanidade mental... Onde é que eu já vi isto? Ah, já sei! Foi no Shutter Island, essa também grande banhada cinematrográfica! Esperem lá que ainda me faz lembrar mais qualquer coisa... Hum... Deixem-me pensar... É isso mesmo: Revolutionary Road, esse sim, um filme com um argumento credível! Parece que desde que descobriram que o rapaz já tem barba, só lhe oferecem papéis de viuvinho e paizinho desgraçado!

Coitadinho do herói! Ou anti-herói, como preferirem... Cobb anda fugido à polícia norte-americana, graças à sua maquiavélica mulher, que o incriminou antes de se suicidar, e por isso não pode regressar para perto dos filhos, que vivem nos EUA. Claro que, de vez em quando, podiam ir estes à Europa ao encontro do pai... Afinal, com um avô a viver em Paris, há sempre a desculpa de levar as crianças à EuroDisney e a Versailles, não?!

Pelo meio,Cobb vai roubando umas ideias... Supostamente, ele é muito bom no que faz, o melhor! No entanto, está constantemente a pôr em risco toda a sua equipa só porque a esposa não o larga durante os sonhos! Também sempre que o vemos em acção, há qualquer coisa que falha... Das duas uma, ou ele não é assim tão bom, ou então, os ladrões de sonhos são uma classe muito fraquinha!

Entretanto, aparece o anjinho da guarda, sob a forma da estranha Ellen Page (Ariadne), que parece uma criancinha cabeçuda, magrinha e com um andar demasiado masculino. Mas pensando melhor, talvez faça sentido! Afinal de contas, costuma dizer-se que os anjos não têm sexo... Neste caso, parece-me que criaram uma versão híbrida de anjo, onde não se percebe muito bem o que aquilo é: uma mulher num corpo de homem, ou um homem de cabelo comprido?... Deixo à vossa consideração.

Quanto à esposa de Cobb, a Mal, julgo que não faz muito sentido a Marion Cotillard aparecer com o mesmo penteado que usava no Public Enemies, um filme histórico, cuja acção decorre nos anos 30. De facto, não se sente grande diferença entre esse papel e este que representa em Inception! Nos dois, usa o mesmo penteado, a mesma maquilhagem, e até as roupas são relativamente parecidas... Podem sempre alegar que tudo o que é Vintage está na moda, e que por isso faz sentido ela dar uns ares às divas do século passado...

Por fim, toda a motivação da história me parece ridícula! Resumindo: é suposto implantarem na cabeça do herdeiro de uma monstruosa fortuna a ideia de dissolver todo o império que o pai construiu. Até aqui tudo bem, é normal que um pai eduque orgulhosamente o seu filho no sentido de este perpetuar os negócios de família da melhor forma. Mas é claro que esta não é uma história normal e por isso, o pai, moribundo, detesta o filho, acha-o fraco e pouco merecedor do seu afecto... Sendo assim, temos um filho despeitado com uma fortuna nas mãos que pode estoirar até ao fim dos dias sem passar qualquer tipo de necessidades, algo que faria com que o paizinho desse muitas voltas no caixão... Posto isto, seria assim tão necessário implantar alguma ideia naquela cabeça? Quanto a mim, julgo que bastaria fazerem-lhe uma boa proposta monetária para adquirir parte das empresas e arruinar-lhe assim o monopólio! Mas assim já não havia blockbuster de Verão, não é verdade?!

Viva a manipulação das massas! É nestes momentos em que dou valor àquelas aulas de Teorias da Comunicação em que parecia um burro a olhar para um palácio! Agora, com o devido distanciamento, compreendo perfeitamente conceitos que me eram tão abstractos como manipulação e persuasão.

sexta-feira, 30 de julho de 2010

O Ponto de Viragem

ALICE
Porque é que fizeste isto?

ANNA
Eu apaixonei-me por ele, Alice.

ALICE
Isso é a frase mais estúpida que há no mundo. "Apaixonei-me". Como se não pudesses fazer nada contra isso. Há um momento, há sempre um momento em que nós podemos fazer qualquer coisa, podemos ceder ou podemos resistir. Não sei quando é que isso aconteceu contigo, mas aposto que aconteceu.

ANNA
Sim, aconteceu.

Este diálogo entre duas mulheres, a primeira traída pelo namorado com a segunda, foi retirado da peça de teatro Closer, escrita por Patrick Marber.
Foi o último livro que li, acabei de lê-lo hoje de manhã, no comboio. Comprei-o este ano, na Feira do Livro, na banca de um alfarrabista.
Levado ao cinema, com a Natalie Portman no papel de Alice, Julia Roberts como Anna, Jude Law na pele de Dan e Clive Owen interpretando Larry, Closer foi um filme quem me marcou e que ainda hoje vejo com o mesmo interesse. Está, provavelmente, na minha lista "Top 10" de filmes (ora aí está uma lista que ainda não fiz...). Gosto sobretudo pela densidade e realismo das personagens, as suas vidas banais, semelhantes às nossas, os mesmos medos e angústias. Gosto porque nos coloca em confronto com o nosso próprio interior, com aquilo que somos, o que queremos e o que estamos dispostos a fazer para o alcançar, neste caso concreto no universo dos relacionamentos amorosos.
Esta cena entre Alice e Anna é tão crua. Eu própria penso assim, revejo-me naquelas palavras: "há sempre um momento em que podemos fazer qualquer coisa". É verdade! Há sempre um ponto de viragem, todos nós o sabemos, cá dentro. E quem não sabe, é porque ainda não se descobriu, não se conhece...
Em todos os meus relacionamentos, ou nos que nem chegaram a existir, houve sempre esse momento, em que nos atiramos ou não para o abismo. Acho que me lembro de todos eles (também não foram assim tantos!). Lembro-me das vezes em que avancei e apaixonei-me e de outras em que dei o passo atrás.
Acredito que sim, que há sempre escolha, não somos inocentes e é bom que saibamos o que queremos, porque os erros pagam-se caro e com a pior das moedas, o sofrimento.