
Por isso, naquele momento, ele sonhava acordado, imaginando aquela sereia a entrar no mercado. A reacção dos homens era sempre a mesma, acompanhavam a sua passagem de forma instintivamente hipnótica, típica de quem não consegue desviar os olhos de um objecto em movimento.
Mas naquele dia a sereia não deu à costa e ao fim da tarde corria a notícia de que tinha sido devorada por um tubarão, enquanto fazia caça-submarina.
Quando soube da tragédia, apenas um pensamento perverso ocorreu ao jovem peixeiro. Se a tivesse convidado para almoçar, provavelmente, teria sido ele a papá-la…